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Saberes milenares do povo Guarani colocam Erva-mate no campo sagrado
Erva-Mate
Publicado em 10/02/2025

“A folha divina” é o segundo livro de Timóteo Verá Tupã Popygua. Antes disso, o autor trouxe uma visão, especialmente a partir das narrativas construídas na audição das histórias do seu avô, sobre a criação do mundo fora do eixo da história tradicional. Tudo dentro da concepção Guarani Mbya (Nhande’i va’e) e dando a origem à publicação “A terra uma só”, registrando esses saberes e cultura do seu povo.

“Nhanderu, que criou o mundo, transformou sua filha moça em uma árvore de Erva-mate, ou Ka’a miri’i, cujas folhas trazem alegria e força. Desde então, essas árvores têm sido cultivadas pelos povos indígenas ao longo dos milênios”, cita a apresentação da publicação. Depois de publicar A terra uma só, o Verá Tupã conta parte dessa saga, descrita em seu livro, e como nasceu ‘A folha divina’.

“Após desse primeiro livro, comecei a pensar, mais uma vez escrever um livro que tivesse impacto maior, também mais amplo, no sentido de trazer mais informações. E aí acabei pegando um pedaço de papel e fui escrevendo mais uma vez. Escrevi sobre Erva-mate, nós chamamos de Ka’a miri’i. Ka’a miri’i… folha sagrada. Porque essa folha, dentro do conhecido Guarani, também é uma folha que dá a saúde ao corpo”, detalha.

“Do espírito, da mente”, completa. Dentro desse conhecimento Guarani Mbya, a ideia do autor, segundo o próprio, é dar subsídio para as indústrias ervateiras terem essa amplitude de informações, com base nas origens. “Importante que a indústria também levasse esse conhecimento, conhecimento Guarani, conhecimento tradicional. Uma folha sagrada, uma folha que traz o bem-viver, bem-estar do corpo, a partir do momento em que você toma chimarrão”, reforça Verá Tupã.

Para o povo Guarani, também, a Erva-mate é medicinal. “Serve para muitas coisas”, frisa. Todos esses saberes milenares são permanências da vida cotidiana e cultura indígena. “E mantemos a nossa tradição, nossa forma de pensar, nossa visão comum. Deus deixou conhecimento para que tenhamos equilíbrio, pensar ao próximo. Ter essa mentalidade, sem preconceitos, sem ser maior que o outro”, relata.

Nessa visão de compartilhar conhecimento, Timóteo Verá Tupã Popygua, nascido nas margens do rio Iguaçu e cacique da Tekoa (reserva indígena) Takuari localizada em Eldorado, no estado de São Paulo, menciona o respeito com a ancestralidade. “Eu aprendi isso bastante com meu avô, que pessoas com bastante sabedoria tem que usar sua sabedoria”, nesse campo de escutar, respeitar o próximo e “caminhar” numa direção “benéfica”.

O livro é vendido diretamente pela editora no seu site: Livro a folha divina

Com informações via entrevista com Timóteo Verá Tupã Popygua e imagem/reprodução Editora Hedra

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