Por Assessoria
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Fonte: www.jornalbomdia.com.br
O professor Sérgio Mosele, do Curso de Agronomia da URI, vem empregando uma série de tecnologias visando a obtenção de produtividade elevada associada à preservação do solo na propriedade onde são cultivados 55 mil pés de erva-mate. Por causa disso, já obteve dois reconhecimentos de caráter estadual.
O primeiro deles foi em 1999, quando recebeu o prêmio “Futuro da Terra”, entregue pela FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul) e Jornal do Comércio, entregue na Expointer daquele ano.
O segundo reconhecimento, também na Expointer, em Esteio, aconteceu na edição de 2024 da Feira, considerada uma das maiores da América Latina. Na ocasião, o professor Sérgio foi agraciado pelo Banrisul e Rede Pampa de Comunicação, com o prêmio “Melhores Práticas Ambientais”.
“O meu primeiro objetivo de minhas iniciativas não é receber reconhecimento público ou homenagens. Isso, claro, me deixa muito satisfeito. Esclareço, no entanto, que desenvolvo projetos para conseguir uma maior produtividade, sem esquecer, porém, de preservar o meio ambiente”, afirma o professor.
Mosele entende que é dever de todo produtor cuidar do solo, pois é dele que vem o resultado do trabalho de sustentação de toda sociedade. “Entendo que adotando medidas corretas e protetivas, o solo nos dá o devido retorno. Por isso, tudo o que nasce no meio da lavoura de erva-mate é roçado e transformado em camada de proteção do solo. Desta forma, ele fica protegido, conservando a umidade”, lembrou.
Nessa mesma linha, investiu num triturador de ramos de erva-mate que sobram da colheita. Eles são transformados e colocados no pé de cada árvore, contribuindo para o controle de plantas invasoras e também conservando a umidade do solo. Em parte do erval foram introduzidas araucárias (pinheiro), ipês e outras espécies nativas.
Além disso, a partir deste ano de 2024, o também produtor Sérgio Mosele passou a adotar uma técnica inédita em ervais: a irrigação. Por meio de um sistema de aspersão, utiliza a água captada em um pequeno açude que é depositada em dois tanques de 100 mil litros colocados estrategicamente no meio da lavoura. “A minha meta, com esse investimento, é elevar a produtividade. A irrigação, associada às inúmeras tecnologias desenvolvidas nos últimos anos pelas instituições de pesquisa como a Embrapa Florestas, EPAGRI e universidades (inclusive pela URI) permitem elevar em muito a produtividade. “Já estou colhendo o dobro da produtividade média do estado, mas acredito que é possível triplicá-la. A produtividade média estadual é de 800 arrobas por hectare, mas já obtivemos talhões com 2,4 mil arrobas por hectare”, explica.
No entanto, os desafios para ele não param por aí. Nos últimos anos, passou a investir em energia solar. Ela é produzida através de um sistema de placas solares, transferida para a rede, que também fornece a energia elétrica utilizada para o funcionamento das bombas de irrigação.
Outro recurso, que está em estudos já adiantados, é a produção de um robô para roçada entre as linhas do erval. O protótipo já passou por uma fase de testes e respondeu positivamente às expectativas. No momento, estão sendo feitos os ajustes finais. O projeto está sendo desenvolvido, com muita competência e dedicação, pelo professor Arthur Beskow, do Curso de Engenharia Mecânica da URI. “Essa parceria com o professor Arthur e o Curso de Engenharia Mecânica, certamente, vai se refletir logo adiante, pois a necessidade de mecanização e automação, especialmente para pequenas propriedades, é absolutamente necessária. O que tínhamos até o momento era a possibilidade de importarmos máquinas semelhantes, a preços altíssimos, sem termos a certeza de sua eficiência. Esta iniciativa permitirá o desenvolvimento de novas máquinas, por empresas nacionais e até regionais, adequadas ao nosso meio e com preços compatíveis. Além disso, é algo inédito e que poderá servir de exemplo para outros produtores”, observa Mosele.