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“REGIÃO DE MACHADINHO” ABRE O CICLO DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS DE ERVA-MATE NO RIO GRANDE DO SUL
A erva-mate produzida na Região de Machadinho obteve, em fevereiro de 2025, o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) em processo analisado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial, INPI. O processo iniciado no ano de 2020 foi coordenado pela Associação dos Produtores de Erva-mate de Machadinho (Apromate) com a assessoria técnica do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e da Emater/RS-Ascar.
Por Rádio do Mate
Publicado em 31/08/2025 20:57
Erva-Mate
“REGIÃO DE MACHADINHO” ABRE O CICLO DAS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS DE ERVA-MATE NO RIO GRANDE DO SUL

A erva-mate produzida na Região de Machadinho obteve, em fevereiro de 2025, o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) em processo analisado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial, INPI. O processo iniciado no ano de 2020 foi coordenado pela Associação dos Produtores de Erva-mate de Machadinho (Apromate) com a assessoria técnica do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e da Emater/RS-Ascar.

 

Um longo percurso foi vencido no cumprimento de cada item, a começar por um amplo estudo de toda a região delimitada que é formada pelos municípios de Barracão, Cacique Doble, Machadinho, Maximiliano de Almeida, Paim Filho, Sananduva, Santo Expedito do Sul, São João da Urtiga, São José do Ouro e Tupanci do Sul. Esse território, no passado, foi denominado de Região das Matas, devido a uma extensa cortina florestal de araucária com rico sub-bosque de erva-mate.

 

Figura 1: Mapa dos Polos Ervateiros do Rio Grande do Sul. 

A colonização da região ocorreu no início do século XX e está atrelada à extração da erva-mate. A atividade ervateira, pioneira nesse território, se consolidou no cruzar das gerações e formou um espaço geográfico com notoriedade e tradição na produção ervateira, espelhado na sabedoria dos ancestrais e no braço forte do colonizador.

A erva-mate produzida na Região de Machadinho tem na cultivar Cambona 4, de origem local, a sua maior expressividade. Por ser um território de área e produção de matéria-prima limitada, o produto é exclusivo, restrito, de oferta reduzida, único e escasso. Isso torna a erva-mate da Indicação Geográfica produzida na Região de Machadinho uma mercadoria ímpar, de acesso especial e indisponível em grandes escalas. Deixa de ser abundante. É uma raridade.

A Cambona 4 se destaca das outras plantas de erva-mate, por ser originária de um cruzamento específico e controlado entre uma árvore masculina e outra feminina, matrizes únicas, que só existem na Região de Machadinho. Devido à sua estabilidade genética, tem um papel importante na alta produtividade e na adequação do sabor suave do produto final.

FIGURA 2: Mapa do Polo Ervateiro do Nordeste Gaúcho com destaque para a Região de Machadinho.

 

Figuras 3 e 4: Mapa da área delimitada e representação gráfica da Indicação Geográfica Erva-mate “Região de Machadinho”.

As condições ambientais do espaço territorial, formado em uma transição geográfica entre o Planalto Médio, o Alto Uruguai Gaúcho e os Campos de Cima da Serra, também formam um nicho ambiental perfeito para a cultura da erva-mate, observando-se as tipificações de solo, altitude, temperatura, vegetação, precipitação e a formação hídrica de importantes rios como o Bernardo José, o Marmeleiro, o Inhandava e o Apuaê. Além do épico rio Uruguai que tem a sua origem, o seu nascedouro, na região delimitada, formando com suas águas o Lago da Usina Hidrelétrica Machadinho.

Obs. Artigo publicado por Selia Regina Felizari, no Informativo Roda de Mate, edição n° 92. Abril a agosto de 2025.

 

 

 

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